Mercado 5G deve faturar R$ 4 bilhões no Brasil em 2022

Já no ano seguinte, 2023, esse faturamento deve triplicar. Tecnologia móvel ultrarrápida promete revolucionar setores da economia, entre eles o da indústria. Expectativa é que a cobertura da rede chegue a todos os municípios até 2028.

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É importante que o 5G chegue de forma abrangente e a um custo aceitável para a cobertura de áreas rurais e remotas.

São Paulo, SP, 01/12/2021 –

Cerca de 80% das conexões móveis do país virão a partir da tecnologia 5G até 2030, segundo estudo da consultoria Bain & Company. Previsões para este período indicam que a geração de receita líquida girará em torno de R$ 74 bilhões. Para um cenário mais próximo, em 2022, o faturamento do setor será de R$ 4 bilhões.

Embora otimistas, os dados revelam a necessidade de investimento robusto para cobertura dessa rede tanto nos blocos nacionais como regionais. O compromisso foi firmado este mês, durante a realização do maior leilão de telecomunicações da história do Brasil, quando nove empresas operadoras de serviços de conectividade foram selecionadas para utilizar a quinta geração da telefonia móvel ao custo de R$ 47,2 bilhões. A expectativa do Ministério das Comunicações é de que, até julho de 2022, todas as capitais tenham a nova tecnologia de internet móvel. Já o alcance a todos os 5.570 municípios brasileiros deve se consolidar até o final de 2028, mediante o cumprimento dos compromissos assumidos pelas empresas vencedoras do leilão.

Pesquisa da Global Mobile Consumer Survey Brasil, da Deloitte, aponta que 69% dos entrevistados estão dispostos a pagar mais caro para usar o 5G no Brasil. Com a disponibilidade da tecnologia, 45% dos participantes do estudo revelaram que consideram migrar para a rede. Além de contribuir com o fator social, a nova era das telecomunicações no país promete impactar na competitividade de diversos setores da economia, entre eles o industrial, dando um impulso à chamada Revolução 4.0.

Com experiência de mais de dez anos na indústria, o engenheiro eletricista Jean Carlos Kamradt, ressalta que, comparando ao 4G, hoje usado largamente no país, a nova tecnologia já nasce com a perspectiva de aplicação em massa da internet das coisas (IoT), que é o conceito para a conexão global de “objetos inteligentes” pela rede de computadores. “Tudo isso através da comunicação de ultra confiabilidade e baixa latência (URLLC), que são apontadas como essenciais, pois as redes de comunicação industrial, como as “Time Sensitive Networks” (TSN) precisam de determinismo e confiabilidade na entrega de pacotes para que as aplicações críticas nas linhas de produção possam ser atendidas”, afirma.

Segundo ele, características como confiabilidade na questão de latência e taxa de dados garantida, mobilidade de terminais, maiores áreas de cobertura, suporte nativo à comunicação de voz, maior segurança cibernética da rede com o uso de SIM Cards e maior facilidade na gestão de terminais e rádio bases, quando se trabalha em uma rede de maior escala, foram elencadas por diversas empresas como vantagens ao optar pelas redes privadas, como a 5G, em bandas licenciadas.

O especialista, que também é tecnólogo em Automação Industrial e técnico em Mecatrônica, cita ainda ganhos na área da inteligência artificial com a internet ultra veloz a partir de aplicações como reconhecimento de padrões em grandes massas de dados, habilitando a otimização dos sistemas de produção, e detecção de anomalias em máquinas e equipamentos. “Com esta conectividade avançada oferecida pelo 5G, passamos a ter uma possibilidade de trabalhar com um volume cada vez maior de dados no treinamento de algoritmos de inteligência artificial, aumentando assim a acurácia do sistema”, explica.

Outros benefícios dentro do setor industrial são identificados na segurança cibernética, na segurança em chamadas, que permite que cada camada tenha seus próprios processos de criptografia e Autenticação, Autorização e Auditoria (AAA).  Na área da robótica e Automatic Guided Vehicles (AGVs), a internet mais potente impactará na aplicação de processamento de computação em borda ou Edge Computing, que é uma arquitetura de computação distribuída para posicionar a capacidade computacional mais próxima dos locais de origem dos dados.

A revolução 5.0 precisa chegar ao campo

Embora exista o desafio de garantir cobertura para 9.600 localidades rurais, conforme estabelecido no contrato junto às empresas operadoras vencedoras da licitação, o setor do agronegócio também está confiante. “É importante que o 5G chegue de forma abrangente e a um custo aceitável para a cobertura de áreas rurais e remotas. A partir daí, inúmeras oportunidades de desenvolvimento se abrem nesta área, como o emprego de drones para monitoramento de plantações e rebanhos, a operação remota ou autônoma de máquinas agrícolas e o uso de agricultura de precisão e, ainda, pecuária por meio de localização precisa sem o uso de GPS”, garante Kamradt.

Além da indústria e agroindústria, o especialista elenca avanços significativos em tecnologia para o crescimento de cidades inteligentes e infraestrutura, assim como progresso nas áreas da saúde, do entretenimento, de veículos conectados autônomos, entre outros.

Website: https://www.linkedin.com/in/jean-carlos-kamradt-4a6648a0/